sexta-feira, 15 de abril de 2011

Fantasias sexuais são saudáveis e ajudam a apimentar a relação

Qual mulher nunca sonhou em ser conduzida a uma noite inesquecível de amor e desejo por seu príncipe encantado? E não é preciso parar por aí. Dá para aproveitar e pensar no vestido vermelho que estaríamos usando, o jantar à luz de velas, a sacada com vista para o mar, e por que não, ir à loucura em uma noite de núpcias sob o luar. Fantasias revelam vontades e é preciso sonhar para poder realizar.

A psicoterapeuta e sexóloga Magda Gazzi é uma incentivadora da criatividade sexual feminina. "Estudos tem nos mostrado que, quanto maior a capacidade de fantasiar das mulheres, maiores serão suas sensações eróticas e melhores seus orgasmos. As fantasias liberam as pessoas, e, no caso as mulheres, dos antigos preconceitos e armaduras protetoras e repressoras que sempre afligiram a sexualidade feminina", diz a especialista.

Magda afirma que apesar de ter se acreditado muito tempo que as mulheres reduziam seu universo erótico a sonhos caseiros, agora sabe-se que 71% das mulheres têm fantasias eróticas durante a relação sexual. A masturbação seria um momento propício para descobrir novos cenários e brincar com o imaginário. "Quando se sonha acordada, as fantasias geralmente são mais elaboradas, com maior número de elementos para compor ambiente, lugares exóticos e enredos diversos", explica a especialista.

No entanto, segundo o terapeuta e médico vibracional Eduardo Navarro, as fantasias sexuais seriam naturais em pessoas que estejam sozinhas e que anseiam por uma companhia. "Fantasiar estando com outra pessoa ao lado pode demonstrar insatisfação", diz. Mais do que isso: fantasiar excessivamente também pode ser um sintoma da compulsão sexual.

Magda alerta: "a compulsão sexual costuma se manifestar com fantasias que invadem a cabeça da pessoa, dos quais ela não consegue se livrar. Essas pessoas vivem uma grande ansiedade, demonstrada por esses pensamentos, que acabam se transformando em excitação sexual". Mas para que a compulsão sexual seja comprovada em um diagnóstico é necessário no mínimo um prazo de seis meses com a permanência desse comportamento.

A diferença entre o saudável e o nocivo mora sempre no equilíbrio. As melhores fantasias são as que podem ser compartilhadas sem magoar seu companheiro. São as fantasias que devem servir a você e não o contrário. "O bom da fantasia é exatamente essa possibilidade de transgredir, ou seja, ela dá liberdade para experimentar várias situações sexuais, além dos limites da realidade", complementa a especialista.

Se é preciso algum cuidado, que ele seja na hora de sonhar. As fantasias trazem consigo o desejo de se realizar e com isto a faísca para a chama da paixão, seja por seu parceiro ou apenas por um momento. A felicidade também depende dos sonhos que se tornam realidade.


Minha Vida

Vizinhança pode ter papel fundamental na saúde do idoso

Um estudo desenvolvido na University of Minnesota e na Rush University (ambas nos Estados Unidos) sugere que idosos que vivem em locais onde os membros da comunidade prestam apoio uns aos outros têm menos chances de morrerem de derrame, quando comparados à pessoas que vivem em comunidades isoladas ou hostis.

Pesquisas mostram que o isolamento social é insalubre e a interação entre membros de uma comunidade ajuda o idoso a se manter saudável. Para definir o quão positiva a vizinhança do idoso era eles fizeram perguntas quanto às opiniões que as pessoas tinham umas das outras e se os membros se ajudavam.

Em um experimento, cientistas estudaram 5.789 idosos em uma média de idade de 75 anos, observando as comunidades onde esses idosos viviam e a interação entre as pessoas. Após 11 anos de estudo, 701 participantes sofreram um derrame e 186 morreram dessa causa.

Os resultados da análise dos indivíduos e das comunidades mostraram que as chances de uma pessoa sobreviver um derrame aumentavam se a comunidade era amigável e unida. Os pesquisadores acreditam que isso pode acontecer porque o idoso, nesse caso, tem muitas pessoas ao seu redor prestando atenção à sua saúde e bem estar. Assim, sintomas de derrame (e de outras condições) são rapidamente percebidos.

Para a pesquisadora Cari Jo Clark, a pesquisa indica que “o ambiente social de uma vizinhança positiva é tão importante para a saúde do idoso como o estresse ou até mesmo o crime” afirma a pesquisadora Cari Jo Clark. A equipe responsável pelo estudo sugere que as autoridades devem estabelecer políticas públicas de saúde para a manutenção de comunidades positivas e transformação de ambientes hostis, já que o envelhecimento da população é algo inevitável.


Boa Saúde

Maçã: a fruta milagrosa

Vermelhas ou verdes, em tortas ou in-natura, as maçãs fazem parte da alimentação de pessoas em todo o mundo. Pesquisadores da Florida State University, estudaram a fruta e afirmam que consumir uma maçã por dia pode baixar o colesterol. Bahram H. Arjmandi, autor da pesquisa, diz que a maçã é uma “fruta milagrosa”, devido aos inúmeros benefícios que traz.

A pesquisa envolveu 160 mulheres com idade entre 45 e 65 anos, que durante um ano consumiram 75 gramas de ameixa seca ou de maçãs diariamente. Após seis meses, observou-se, no grupo que consumiu maçã, uma diminuição de 23% na lipoproteína de baixa densidade, o “mau colesterol”, os níveis de hidroperóxido lipídico abaixaram e os níveis da proteína reativa C, responsável pela melhora da resposta à inflamação, aumentaram.

"Eu nunca esperei que o consumo da maçã resultasse na redução do colesterol ruim, nessa medida, aumentando a lipoproteína de alta densidade, o ‘bom colesterol’ em cerca de 4%’, diz Arjmand. Não se observou ganho de peso nas mulheres que consumiam em média 240 calorias em maçãs secas diariamente, mas sim uma redução de peso corporal de 3,3%.


Boa Saúde

Existe consumo seguro de álcool durante a gestação?

Como especialista em dependência química, por diversas vezes já fui questionado a respeito do consumo de bebidas alcoólicas por gestantes e, principalmente, se esse uso traz riscos para o feto.

Não há estudos científicos que estipulem dose “segura” para esse consumo. Portanto, sempre respondo que grávidas não devem, em hipótese alguma, beber. A abstinência é a única atitude segura para as gestantes – e esta é a recomendação de diversas instituições renomadas, incluindo a Organização Mundial da Saúde.

Consumir bebidas alcoólicas pode prejudicar o desenvolvimento fetal, causando problemas físicos e comportamentais que podem durar para o resto da vida. O consumo de álcool pode inclusive levar ao aborto espontâneo e a partos prematuros. O dano causado é proporcional à quantidade de álcool ingerida pela gestante, à frequência e padrão desse consumo e ao estágio da gestação.

Isso tudo acontece porque o álcool atravessa a barreira placentária, atingindo o feto facilmente. Em cerca de uma hora após o consumo de álcool pela mãe, os níveis dessa substância no sangue fetal são equivalentes aos da gestante. Além disso, o acetaldeído - uma substância tóxica derivada do metabolismo do álcool - também atravessa a placenta. Como o fígado do feto ainda não desenvolveu um sistema eficaz para metabolizá-lo, os potenciais danos são mais severos.

Dentre as consequências relacionadas ao consumo de álcool durante a gravidez, a mais grave e comum é a Síndrome Fetal Alcoólica (SFA). Estima-se que ela seja a maior causa evitável de retardo mental em crianças, sendo seu diagnóstico difícil devido à multiplicidade de aspectos clínicos e/ou comportamentais envolvidos. Outras doenças que promovem atraso no desenvolvimento neuropsicomotor da criança podem estar presentes ou se confundir com a SFA, o que dificulta ainda mais seu diagnóstico.

A criança com SFA pode apresentar: baixo peso ao nascer, dificuldade para comer e dormir, problemas de visão e audição, alterações faciais, déficit neurocognitivos e comportamentais. As alterações neurológicas mais comuns são hiperatividade; impulsividade; déficit de atenção, aprendizado e memória; dificuldade em seguir instruções e aprender a fazer coisas simples; e dificuldade em compreender as consequências dos seus atos.

Dessa maneira, é fundamental que se tenha um trabalho preventivo direcionado às mulheres em idade fértil ou gestantes – em especial, aconselhar que não bebam durante a gravidez e, caso já tiverem bebido nesse período, que parem de beber. Os malefícios do álcool sobre o feto (e à própria gestante) podem ser evitados e fica a recomendação: se alguém oferecer bebida e você estiver grávida, apenas diga não. Não há problema nisso – pelo contrário, estará protegendo seu bebê.

Fonte: Prof. Dr. Arthur Guerra de Andrade é psiquiatra e especialista em dependência química, Professor Associado do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Professor Titular de Psiquiatria e Psicologia Médica da Faculdade de Medicina do ABC e Presidente Executivo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA).


Vya Estelar

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Amar é- Roupa nova

Aparências..

Ao longo da vida criamos certas ‘defesas’! Defesas estas, contra nós mesmos. Sem perceber, muitas vezes alimentamos as ‘aparências’ para mostrar ao outro o que no fundo não somos. Uma fuga da realidade? Uma ‘auto-proteção’?

A falta de coragem de se olhar no espelho e ver quem realmente somos?


Timidez? Vergonha? Podem existir inúmeras razões para tanta ênfase às aparências. Quando esta é de forma sadia, ou seja, sem a intenção de enganar o outro, é tolerável. Mas quando ultrapassa o limite do próprio Ser verdadeiro, torna-se extremamente superficial. Vivendo de aparências, não se consegue sentir e viver os bons momentos. Pois algo impede de naturalidade, de espontaneidade.

Dificultando a aproximação das pessoas e assim, afastando quem está perto. Alguns custam a entender o significado da ‘sua Verdade’, a Verdade de cada um. Preferem se esconder atrás de palavras vãs, atrás de méritos passados, de desejos escondidos, de medos insuperáveis, de amores perdidos... medo da vida?

Cada um deve ter uma razão específica para viver de ‘aparências’. Mas, por outro lado, de que servem as Aparências? É triste saber que por vergonha, medo ou timidez, coloca-se uma máscara para esconder o verdadeiro Eu. Ou até mesmo, o motivo poderia ser orgulho? Falar o que não se é. Ter falsa modéstia.

Querer ser mais do que não é. Um ‘megalomaníaco pessoal’, exagerando na própria imagem, e quando este chega no silêncio de sua mente, percebe que não é nada daquilo que professa aos outros.

Que tristeza um ser humano perder tanto tempo com atitudes errôneas e fantasiosas sobre si mesmo. Sem falar nos que não conseguem dar um abraço carinhoso verdadeiro, sincero, ou receber o mesmo com gratidão, com o coração aberto.

Por quê? Talvez por estarem envoltos por desconfianças extremas a respeito do outro. Não conseguem se soltar, sentir o calor humano do outro. Apenas ‘deixar ser’. Porque é tão difícil na atualidade um gesto sincero de carinho?

Por que é tão complicado para alguém aceitar um beijo ou um abraço sem maldade? Sem desconfianças? Sem cobranças ou exigências futuras? Por que a freqüência de discussões, brigas, separações de amigos, companheiros, sem prováveis motivos?

A questão é: Será que vale a pena tentar ser o que não é? Será que vale a pena ficar desconfiando de cada gesto de carinho do outro? Será que vale a pena fugir de si mesmo a vida inteira? Se tiver fantasmas do passado que assombram você, espante-os. Se tiver saudade de um passado remoto e esta lhe consumir a alma, mate-a. Se tiver uma timidez extrema, supere! Não tenha medo da Vida, pois ela não tem medo de você. E mesmo que você sentir algum tipo de medo, saiba que é uma prova de que você está vivo! Faz parte da vida, todo sentimento, toda ação e reação, dor ou alegria. Somente quando este medo se torna extremo é que dificulta o Fluir da Vida.

Nada acontece por acaso, tudo tem sua razão de ser, inclusive o que acontece de negativo na vida. Ou seja, são degraus de evolução, mas para isso, deve-se perceber cada degrau e subir um por vez! Insistir no erro é tropeçar e perder um degrau e novamente recomeçar.

Poupe-se desse trabalho e avance sem medos, sem aparências, prestando atenção no que não funciona em sua vida e colocar em prática o que seria correto pra você.

Gasta-se mais energia com a mentira do que com a Verdade. Gasta-se mais energia com as aparências do que com a Naturalidade. Uma pessoa que vive de aparências, seja esta em relação a dinheiro, ou que esnoba os outros por ser quem julga ser, lamentavelmente perdendo a humildade, caminha para o mundo da solidão interna.

Ficando tão impregnada de aparências que por fim, nem mesmo mais se reconhece. É fato que no mundo de hoje é preciso tomar cuidado e muito, em relação a estranhos, ao confiar nas pessoas certas, a reconhecer no outro a Verdade, mas isto não quer dizer que devemos simplesmente fechar as portas do coração e desconfiar de todas as atitudes e gestos de carinho e gentilezas dos outros.

A vida mecânica, o corre-corre diário nos impede de reconhecer preciosidades em nossas vidas. Vivendo uma vida quase que ‘robótica’, desvalorizamos o que há de melhor em nós: Nossa Essência, reconhecendo a Essência do outro!

Escondemos nosso real valor em máscaras, em aparências, para não dar o braço a torcer para o outro, com medo de uma decepção, frustração! Temos receio de nos envolver verdadeiramente com alguém! Temos medo da mágoa, antes mesmo de darmos uma chance de aproximação do outro. Vivemos enclausurados em redomas de vidro, através das aparências nos escondemos do mundo, das pessoas, de nós mesmos.

É tão mais fácil ser leve! É tão mais fácil deixar fluir!

É tão mais simples deixar que alguém se aproxime com o coração e ser recíproco nesse gesto! É tão mais fácil ser quem realmente é, sem precisar mentir para os outros!

Para que inventar alguém inexistente?

Viver uma vida sem fundamento, fugindo da realidade de ser quem é , para chegar ao fim da vida e se perguntar: Por quê? Porque agi assim? Porque não fui verdadeiro?

Natural? Por que deixei o orgulho tomar conta de mim? Momentos de reflexão se fazem importantes, pois fazem despertar.

Fazem acordar para a verdade, a Verdade de cada um, a sua Verdade...


Gênice

Proteja sua boca e evite sustos no Dia do Beijo

Um beijo pode acontecer em qualquer lugar: em casa, na praia, na balada, nas ruas, na avenida ou em qualquer outro cantinho. Porém, é preciso tomar cuidado com um temido inconveniente. Muitas doenças, das odontológicas às sexualmente transmissíveis (DST), podem ser transmitidas pela boca, através do beijo ou do sexo oral. Confira o que especialistas têm a dizer sobre essas doenças e aproveite o Dia do Beijo sem preocupações!

Mas foi só um beijinho!
Não importa. Existem vários tipos de doenças potencialmente transmissíveis por uma simples troca de saliva e uma delas é inclusive como a doença do beijo a mononucleose. Isso sem falar em cárie, gengivite, candidíase, herpes labial e genital, tuberculose, hepatite, sífilis e gonorréia.

O beijo, quanto acontece em uma balada ou em festas onde tenha álcool e drogas em excesso, abre as portas do organismo para a entrada de vírus e bactérias. "Para que a contaminação aconteça, é preciso haver a combinação entre a carga infectante em um dos indivíduos e a baixa resistência no outro" , alerta o infectologista Paulo Olzon, da Unifesp.

A outra má notícia para os beijoqueiros é que a melhor forma de se proteger com relação a transmissão de doenças pela boca é abstinência ou, pelo menos, uma boca mais comedida, evitando beijar muitas pessoas em pouco tempo ou. "Este cuidado vale para todas as pessoas sadias. Mas, para aquelas com alguma ferida em boca, ele é determinante" , alerta o dentista Pantelis Varvaki Rados, consultor de Estomatologia da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Inflamações, como aftas e gengivite, sensibilizam a mucosa e facilitam a entrada dos micróbios. "As doenças de maior risco de transmissão são o herpes bucal, em especial os com lesões ativas, e a mononucleose infecciosa, definitivamente transmitida pelo beijo", avalia Pantelis. Há ainda a candidíase, que surge principalmente quando você está com a resistência baixa. O contágio também pode ocorrer por meio de copos e talheres, mas cada vez com menor probabilidade.

Segundo uma pesquisa publicada no jornal da Academia de Odontologia Clínica Geral dos EUA, em 2002, cerca de 90% dos pacientes analisados que contraíram o componente oral de uma doença sexualmente transmissível (como a gonorréia) não apresentam sinais evidentes de contágio. Os outros 10% exibiam sintomas como inflamação ou edema na gengiva e hemorragia características de outra doença, a dolorosa gengivite necrosante ulcerativa, que apresenta um odor desagradável. "O cirurgião-dentista pode reconhecer os sintomas orais de uma DST e instruir o paciente a procurar um profissional de saúde para o correto diagnóstico!" , alerta o dentista Pantelis Varvaki Rados.

Para reduzir o risco de contaminação através de sexo oral, a regra básica é praticar sexo seguro e usar camisinha. De acordo com o médico infectologista Paulo Olzon, não há estudos científicos suficientes que comprovem a transmissão do vírus HIV, da Aids, por via oral. "A contaminação do vírus pela boca é extremamente difícil, isso ainda não foi comprovado", diz Olzon. O risco de transmissão do HIV através do beijo na boca poderia ser maior entre as pessoas que usam body-piercing na língua ou lábios, mas só quando não houve cicatrização ou há sangramento no lugar do corte mesmo caso de quem usa aparelho ortodôntico e, muitas vezes, tem a mucosa bucal ferida.

O especialista em estomatologia e professor da USP, Francisco Pacca, considera a região onde o piercing é colocado uma via de entrada para todos os microorganismos. Pacca fez um estudo com 100 pacientes usuários de piercing bucal, realizando a biópsia das áreas próximas ao acessório. "Em todos os pacientes foram encontradas alterações microscópicas, seja por infecção, inflamação e modificações epiteliais" , conclui.

Boca-a-boca

A seguir, conheça as principais doenças que podem ser transmitidas quando você resolve brincar de salada mista

cárie: causada por bactérias, é a mais comum das doenças odontológicas. Para prevenir, basta fazer a higienização adequada, com escovação dos dentes e limpeza com fio dental.

gengivite: trata-se da inflamação da gengiva que, quando não tratada, evolui para um quadro de periodontite. Gengivas vermelhas e sangrantes, raramente dolorosas, caracterizam o mal. "Cáries e doenças periodontais são causadas por bactérias, microorganismos transmitidos por um simples beijo na boca. Mas isso não significa que o contato seja capaz de provocar a instalação da doença" , explica o especialista em estomatologia, Francisco Pacca. hepatite: há risco de transmissão do tipo B da doença, caso haja lesões e feridas na mucosa bucal. O tipo A é transmitido por fezes e o tipo C, apenas por agulhas.

herpes: o vírus pode ser transmitido mais facilmente na fase aguda, quando está em plena atividade e deixa a boca cheia de pequenas bolhas. "A herpes tipo 1 é caracterizada como labial e a tipo 2 como genital, mas com a prática do sexo oral, o vírus do tipo 1 pode causar a genital e vice-versa" , explica o médico infectologista, Paulo Olzon.

candidíase: também conhecido como sapinho, caracteriza-se por áreas brancas na mucosa que, quando raspadas, deixam a região vermelha e sangrante.

gonorréia: apresenta vermelhidão, ardência e prurido na mucosa. Raramente faz feridas mononucleose: popularmente chamada de doença do beijo, apresenta pequenas manchas vermelhas no céu-da-boca. Provoca o aumento do volume dos gânglios. Estes sinais costumam aparecer após um mês do contágio.

sífilis: ela causa uma ferida indolor no lábio ou na língua e ínguas no pescoço. "A transmissão é considerada muito rara. Mesmo a sífilis genital só atinge pacientes indivíduos com vida sexual extremamente promíscua", explica Paulo Olzon.


Minha Vida

Entenda como são feitos os corantes e descubra se fazem mal

Em nosso dia a dia as cores são muito importantes, mas na alimentação elas desenvolvem um papel especial, pois tornam o alimento mais atrativo eu dão indícios de sua qualidade e sabor. "Os corantes são substâncias que alteram ou intensificam as cores dos alimentos para melhorar seu aspecto e sua aceitação junto ao consumidor. Um refrigerante sabor laranja sem o corante ficaria com a aparência de água com gás, dificultando sua aceitação, pois primeiro 'comemos com os olhos'", disse Fernando Giannini, engenheiro químico especialista em corantes da Mix Indústria de Produtos Alimentícios, de São Bernardo do Campo (SP).

Ele que citou outras razões técnicas pelas quais usamos os corantes na gastronomia:

- restaurar a cor de produtos cujo tom original foi afetado ou destruído durante o processamento industrial, como as cerejas em calda, que ficam transparentes quando cozidas e precisam dos corantes para ficar com aspecto mais apetitoso;

- uniformizar a cor de produtos com matérias-primas de origens diversas, como o suco de uvas de safras e localidades distintas;

- conferir cor a alimentos incolores, como as balas de frutas.

As cores são tão importantes que pesquisadores da Cornell University, nos Estados Unidos, resolveram estudar como as pessoas se comportam diante de alimentos incolores e saborizados e constataram que um salgadinho de queijo sem o uso de corantes tem seu sabor "diminuído" na percepção dos consumidores. "Chegaram a me dizer que não tinha mais graça comê-los", contou Brian Wansink, diretor do laboratório de marcas e alimentos da instituição.

O que eles são
Os corantes podem ser caramelo, derivados da queima de açúcar; naturais, à base de plantas ou animais; e artificiais, "sintetizados por via petroquímica ou do alcatrão do carvão mineral", como descreveu Giannini.

Embora seja regulamentado pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os corantes podem fazer mal à saúde de pessoas sensíveis a eles. "Os artificiais são, geralmente, mais propensos a efeitos colaterais de cunho alérgico por sua origem sintética e sua matéria-prima original. Ainda assim, apenas uma minoria de pessoas são sensíveis a esses aditivos", contou Fernando Giannini.

Além das alergias, os corantes têm levantado polêmicas por causa da propensão a causar hiperatividade em algumas crianças. Nos Estados Unidos, o Centro de Ciência no Interesse Público entrou com uma ação coletiva em março, solicitando ao governo norte-americano que os corantes artificiais fossem banidos. "O único propósito dos corantes é vender mais junk food", afirmou Marion Nestle, professora de nutrição, estudos alimentares e saúde pública, na Universidade de Nova York.

Giannini lembrou que muitos estudos contestam as pesquisas que sugerem que os corantes artificiais causem problemas. "Há mais de 30 anos que existe essa polêmica. Os interesses econômicos também são grandes, pois os corantes naturais são bem mais caros e o FDA (agência que regulamenta os alimentos e remédios nos Estados Unidos) descartou essa proibição no dia 31 de março. O órgão foi categórico em afirmar que não há relação entre os corantes artificiais, déficit de atenção e hiperatividade, negando até mesmo o pedido de colocar alertas nas embalagens de alimentos que contêm estes aditivos", lembrou.

Para evitar conflitos, algumas indústrias norte-americanas têm produzido alimentos com e sem o uso dos corantes, mas as opções naturais não são mais baratas, tão brilhantes ou coloridas, tão estáveis e saudáveis quanto a versão industrializada. "O corante natural que gera a cor carmim e as tonalidades vermelhas vem de um inseto chamado cochonilha, que dá em uma espécie de cacto peruano. Os insetos são esmagados e o corante é extraído com amônia. Alguns casos de choque anafilático já foram relacionados a seu uso, mas, para variar, os testes não foram conclusivos", destacou o engenheiro químico da Mix.

"Gostaria de lembrar que os maiores venenos existentes não são artificiais, mas sim naturais. Assim, o rótulo de 'natural' não quer dizer algo inofensivo, nem o 'artificial' quer dizer perigoso. É preciso bom-senso, pois vários estudos feitos ao longo dos anos para tentar apontar que os corantes artificiais são os causadores de diversos males à saúde não foram comprovados", concluiu o especialista em corantes.


Terra

Vida e Saúde Com distúrbio raro, mulher devora colchões há 21 anos

A norte-americana Adele Edwards, mãe de cinco filhos, foi diagnosticada com uma síndrome rara, chamada PICA, que a leva a comer espuma de sofás e colchões compulsivamente há, pelo menos, 21 anos. "Ano passado comi sete sofás", disse ao jornal inglês Daily Mail, "e os médicos disseram que se eu não parar com essa mania, poderei morrer".

A desordem alimentar da qual sofre Adele pode ser causada por uma deficiência em minerais e acomete mais frequentemente bebês e gestantes. Ao estudar o vício da norte-americana, os médicos constataram que ela sofre de uma deficiência de ferro e acham que esta pode ser a raiz do problema. Mas, eles também acreditam que o mal possa surgir após um estresse muito grande. Adele disse crer que este seja o seu caso, pois o distúrbio começou após o divórcio de seus pais: "minha vida perdeu o controle e comer espuma era algo que eu podia controlar. Uma prima resolveu brincar de mastigar espuma quando tínhamos 10 anos e eu gostei do sabor que sentia na minha boca".

Adele tem passado por sessões de hipnose e terapia para se livrar do vício, que coloca em risco sua vida. Há dois anos, a norte-americana foi parar no hospital com o estômago bloqueado por uma bola de espuma. "Foi uma dor terrível e os médicos têm me explicado que se eu insistir em comer espuma, poderei ter outro bloqueio no estômago ou no intestino, que poderá ser fatal", contou.


Terra

Obesos que perdem peso melhoram a capacidade de memória e concentração

Um estudo realizado nos Estados Unidos descobriu que perder peso ajuda a pessoa a melhorar sua capacidade de memória e concentração. A pesquisa será publicada na revista científica Cirurgia para Obesidade e Doenças Relacionadas.

De acordo com o principal autor do estudo, John Gunstad, professor de Psicologia da Universidade do Estado de Kent, ele resolveu fazer a pesquisa porque notou que seus pacientes- que estavam tentando perder peso – cometiam erros parecidos, relacionado à resolução de problemas.

Os pesquisadores avaliaram 150 pacientes, dos quais 109 passaram pela cirurgia bariátrica (de redução do estômago) e 41 eram voluntários obesos. Os participantes foram testados antes da cirurgia, 12 semanas após a cirurgia, um ano depois da operação e também no ano seguinte.

Os cientistas descobriram que os pacientes que passaram pela cirurgia bariátrica melhoraram sua memória e concentração 12 semanas após a operação.

Gunstad não ficou surpreso com o resultado. Segundo ele, há diversas condições que acompanham a obesidade, como pressão alta, diabetes e apneia do sono, e que podem prejudicar a mente.

- Esses problemas danificam o cérebro, mas são reversíveis. Assim que eles vão embora, o funcionamento da memória melhora.

Para Gunstad, os resultados são animadores para os pacientes que têm problemas de memória e de concentração.

- Nós descobrimos que a cirurgia é algo que eles podem fazer para melhorar em um curto espaço de tempo.

O próximo projeto do grupo vai verificar se as pessoas que perderam peso com mudança de comportamento atingiram os mesmos efeitos dos pacientes que passaram pela cirurgia bariátrica. Gunstad acredita que sim.

- O que nós sabemos é que, se a condição cardiovascular de uma pessoa melhora, a saúde de seu cérebro também aumenta.


R7

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O que fazer quando o estômago queima?

Se aparece com frequência, a azia pode ser o sinal de um problema mecânico relacionado à doença mais comum do tubo digestivo: o refluxo gastroesofágico

Má digestão, nenhuma felicidade. Assim é o dito popular que sintetiza o significado do quanto pode ser incômodo um mal-estar que se manisfesta após uma refeição farta. Essa sensação, conhecida como azia, refluxo gastroesofágico ou refluxo, é um sintoma consequente ao retorno dos ácidos estomacais para o esôfago, tubo que conecta a boca à cavidade abdominal. Para alcançar o estômago, os alimentos seguem por ele em direção a um específico músculo circular: o esfíncter esofágico inferior (EEI), cuja função é manter a entrada do estômago fechada.
Quando esse músculo perde sua elasticidade, ou permanece aberto, o refluxo acontece. Os resultados são dor e queimação, o que se agrava à noite, principalmente na posição deitada. Às vezes, essa sensação é tão intensa que pode ser confundida com um ataque cardíaco. Nos casos crônicos, os sintomas podem ser exacerbados: crise asmática, tosse, rouquidão e até desgaste do esmalte dentário.

Quando procurar ajuda?
Estima-se que 10% dos adultos apresentem esse sintoma diariamente e cerca de 40% experimentam o problema em algum momento da vida. "No Brasil, uma pesquisa realizada em 22 cidades mostrou que 12% da população sente esse desconforto, uma ou duas vezes por semana, e 7% mais de duas ou três vezes no mesmo período", relata Schlioma Zaterka, gastroenterologista e presidente honorário do Núcleo Brasileiro para o Estudo do Helicobacter pylori.

Para os especialistas, o ritmo da vida moderna, que impõe a prática de refeições rápidas e irregulares, é uma das causas da ocorrência desse sintoma de vez em quando. Sentir azia, regurgitar e ter maior dificuldade de digestão, após um abuso ocasional no comer ou beber, é considerado normal. "Mas quando essa sensação é muito frequente, como duas ou três vezes por semana, ou se ela aparece mesmo sem que tenha havido exageros alimentares, há algum problema que merece investigação", explica Jaime Natan Eisig, chefe do Grupo de Estômago da disciplina de Gastroenterologia Clínica, do Departamento de Gastroenterologia do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

No Brasil, uma pesquisa mostrou que 12% da população sente azia uma ou duas vezes por semana e 7% mais de duas ou três vezes no mesmo período

"A azia pode ser um estado fisiológico e, portanto, natural, se acontece espaçadamente. Se ela persiste e se repete por longo período de tempo, um gastroenterologista poderá avaliar o caso", fala Mario Martins, médico coordenador da área de Saúde Ocupacional da Reckitt Benckiser.

Procurar ajuda especializada tem uma razão de ser. A reincidência do sintoma pode estar relacionada ao mal mais prevalente do tubo digestivo, a doença do refluxo gastroesofágico. "São várias as causas dessa patologia, mas a mais importante é o relaxamento do EEI", diz Eisig.

Problemas mecânicos
Esse músculo possui má posição anatômica que, alterada por flacidez ou enfraquecimento, apresenta um defeito mecânico que possibilita o avanço anormal do estômago, conhecido como hérnia de hiato. Hábitos de vida como comer depressa e quantidades exageradas, consumo de bebidas alcoólicas e refrigerantes em excesso, bem como frituras, também aumentam a acidez estomacal e não permitem digestão adequada.

Além disso, "tudo o que gera pressão abdominal deve ser considerado causa possível da má digestão e do mal-estar. Obesidade, gravidez e até o costume de se deitar após as refeições podem influenciar", fala Martins.

O que esperar da consulta
No consultório, o médico estará atento à história do paciente. De acordo com a intensidade e duração dos sintomas apresentados, exames laboratoriais podem ser requisitados. "Quando os sinais são mais graves, solicitamos endoscopia, cintilografia, manometria (teste terapêutico para medida de pressão dos espasmos do esôfago), e o pH de 24 horas (para avaliar a acidez)."

O tratamento dependerá da perfeita identificação da causa e prevê sempre a orientação sobre medidas comportamentaise alimentares, capazes de diminuir o refluxo. Os medicamentos mais utilizados são os que agem na produção de ácido clorídrico, como os inibidores da bomba de prótons (IBP) e os antagonistas de receptores de histamina. Utilizam-se também os procinéticos, que aumentam a capacidade de esvaziamento do estômago, tornando a digestão mais acelerada.

Algumas pessoas acreditam que tomar água gelada ou leite alivia a azia. Os médicos discordam: se a azia é crônica, o líquido não altera o problema mecânico

Alívio imediato
Schlioma Zaterka esclarece que há, ainda, uma nova classe de remédios denominada alginatos, feitos a partir de algas marinhas. "Eles formam uma espécie de gel que funciona como uma barreira na parte superior do estômago, evitando o refluxo."

Algumas pessoas acreditam que água gelada alivia o sintoma e usam essa estratégia para controlá-lo. Entretanto os médicos informam que essa impressão não corresponde à realidade. "Se a azia é crônica, a água não altera esse estado", diz Martins.

E Jaime Eisig adverte: "É preciso estar atento para que uma simples azia, que pode melhorar com um antiácido comum, não esteja mascarando alguma doença mais séria. Quando os sintomas forem muito frequentes, o melhor a ser feito é mesmo procurar ajuda médica".


Viva Saúde

Por que é tão difícil resistir?

Alguns alimentos, como chocolate, café e gordura, causam um tipo de dependência semelhante à de drogas. O resultado é que você acaba comendo compulsivamente, mesmo quando não está lá com muita vontade. Aprenda a reconhecer o seu vício e formas de livrar-se dele

A Associação dos Comedores Anônimos (ACA) ainda não foi criada. Mas, se existisse, certamente teria um número grande de sócios. A comida pode ser um vício. Não estamos falando aqui de pessoas que comem o tempo todo, mas daquelas que criam uma predileção por determinados alimentos e passam a depender deles para funcionar direito, ou não conseguem controlar a quantidade ingerida. “Isso costuma acontecer com alimentos altamente palatáveis e de alta densidade energética, ricos em açúcar, gordura e farinhas refinadas”, diz a nutricionista Andréia Naves, diretora da VP Consultoria Nutricional (SP). E completa: “Eles geram um consumo compulsivo e incontrolável e, consequentemente, uma sensibilização do organismo à substância, com sintomas típicos quando é suprimido, como ansiedade, agressividade e alterações de humor”.

Só que, diferentemente das drogas, os alimentos são necessários à vida. Comer é um comportamento que envolve vários processos hormonais. Por isso, fica tão difícil comprovar que a vontade excessiva de ingerir algo seja um vício. Mas a cada dia novas pesquisas comprovam que certos alimentos podem, sim, alterar o funcionamento cerebral, como faz a cocaína, por exemplo. Boa parte dos experimentos foi feita com ratos, uma vez que é um risco grande desenvolver propositadamente o vício em uma pessoa.

Chocolate
O carboidrato presente no chocolate aumenta a disponibilidade no cérebro do triptofano, que se transforma em serotonina, o neurotransmissor responsável pelo bem-estar. “Além disso, o chocolate contém anandamida, outro componente que induz a sensação de calma e bem-estar”, explica a endocrinologista Anete Abdo. “Os compostos ativos da maconha também produzem excitação imitando a anandamida. Mas a quantidade presente na droga é muito maior do que aquela do chocolate”, completa Anete. E não se pode esquecer que o chocolate contém cafeína — cerca de 16 mg a 36 mg por barra de 50 g (contra 40 mg a 130 mg por xícara de café).


Viva Saúde

Anestesia Personalizada

Estudo realizado nos EUA mostrou que as mulheres que tiveram a chance de administrar os analgésicos durante o trabalho de parto usaram 30% menos medicação que as demais

Quanto mais a grávida puder controlar a anestesia, menor a quantidade de remédio que ela vai tomar. Uma pesquisa realizada nos EUA mostrou que as mulheres que tiveram a chance de administrar os analgésicos durante o trabalho de parto usaram 30% menos medicação que as demais.

No Brasil, dependendo da evolução do parto normal, talvez você possa fazer o mesmo, claro, com o acompanhamento do médico – e a decisão é dele. “Em vez de dar uma dose grande de uma vez, o medicamento fica em uma espécie de cápsula e é liberado em pequenas quantidades quando a paciente aperta um botão”, explica Mônica Siaulys, doutora em anestesia e responsável por esse setor no Hospital Santa Joana (SP).

Um outro equipamento, o High Labor Analgesia, ainda indisponível no país, faz a anestesia de uma maneira mais individual. Ele analisa quanto cada paciente utilizou de anestésicos por uma hora e, com base nesses dados, redefine a dose que ela vai receber depois disso.


Crescer

Especialista acredita que bullying não é causa do massacre em escola do Rio

Autor do massacre na escola Tasso da Silveira, que terminou com a morte de 12 adolescentes, no Rio de Janeiro, na quinta-feira (7), teria sofrido bullying (atos de violência física ou psíquica), segundo colegas. Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que cometeu o suicídio depois de trocar tiros com a polícia, sofria calado com as provocações dos colegas. Mas para Mario Corso, psicanalista, membro da APPOA (Associação Psicanalítica de Porto Alegre) e autor dos livros Fadas no Divã: psicanálise nas histórias infantis, em 2005, e Psicanálise na Terra do Nunca: ensaios sobre a fantasia, em 2010 (ambos pela Ed. Artmed), escritos em parceria com sua esposa Diana Corso, essa teoria não tem fundamento. Segundo o especialista, como a maioria das vítimas foram meninas, a intenção do criminoso não era atacar os valentões. Ele explica mais na entrevista a seguir.


CRESCER: Especula-se que Wellington tenha sido vítima de bullying naquele local por isso voltar para a escola para vingar-se? O que o senhor pensa disso?
MÁRIO CORSO: Para mim, isso é uma tese furada. As coisas nos levam a pensar por outro lado. Se ele sofresse bullying, por que iria matar meninas, e não os “valentões”? Na minha opinião, o assassinato de mulheres é uma afirmação viril. Pensando no simbolismo de Simone de Beauvoir, em seu livro O Segundo Sexo, a mulher está ligada ao nascimento porque dá à luz e o homem, como guerreiro, à morte. Wellington quis morrer como homem e encontrou o jeito mais absurdo de “penetrar” essas meninas.

C: A escola poderia ter evitado essa tragédia de alguma forma?
M.C.: Não, de jeito nenhum. Esses ataques psicóticos são casos isolados e o principal problema aqui no Brasil é o acesso fácil às armas. Em uma sociedade desarmada, ele provavelmente teria feito menos estrago, se estivesse usando apenas um canivete, por exemplo.

C: O que os pais têm de fazer se o filho for vítima ou autor de bullying?
M.C.: Os pais não devem correr atrás de uma coisa que já aconteceu, eles devem estar conectados com seu filho sempre. Cumplicidade com uma criança não se constrói aos 10 ou aos 15 anos, se constrói desde o nascimento ao descer para chutar bola com o filho no prédio. São pequenas atitudes de confiança. Um pouco de sofrimento é inevitável para o crescimento, mas a criança que sofre bullying demonstra sinais. Ela emudece, muda os hábitos, o jeito de se vestir...

C: Existe uma polêmica sobre a obrigatoriedade de um psicólogo dentro de uma escola. O que você pensa sobre isso?
M.C.: Eu acho uma ótima ideia. Se tem alguém ali na escola circulando com o olhar mais atento vai detectar alguns casos como esse. Não todos, mas vai minimizar. Se existir uma política de buscar esses movimentos, detectar e cuidar, eles vão diminuir. Aliás, quanto mais adultos responsáveis dentro da escola, melhor.

C: Se fosse em uma escola particular, teria sido diferente?
M.C.: Não, também é possível entrar em uma escola particular. Fazer ou sofrer bullying não tem classe social.


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