quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A dor como ela é

Quem quer pensar em algo que nos faz sofrer? Felizmente, cientistas encararam o desafio e fizeram descobertas que podem ajudar você a se sentir muito melhor
Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente”, escreveu William Shakespeare. No que se refere à saúde, a mulher brasileira parece discordar do dramaturgo inglês. Ela sente e suporta a dor — mais do que deveria. Uma pesquisa feita em 2008 pela Pfizer e pelo Ibope com 1,4 milhão de pessoas constatou que 93% das entrevistadas já tiveram cefaleias, 65% sofreram com a coluna e 56% padeceram de cólicas menstruais. A maioria das mulheres (69%) só procura o médico quando o incômodo vai de moderado a intenso. Até lá, engole uma pílula, faz compressas e lança mão de outras receitinhas da vovó.

A demora em buscar ajuda pode custar caro. “O propósito da dor é chamar sua atenção de modo que você conserte um problema”, afirma Scott M. Fishman, chefe da divisão de medicina da dor da Universidade da Califórnia, nos EUA. Seja sob a forma de perfuração, queimação, compressão, seja sob a forma de choques, o incômodo tem um papel a cumprir. Trata-se de um alarme tão importante que foi alçado pela OMS à condição de quinto sinal vital — aquele que deve ser checado pelo médico para atestar a boa saúde. Por isso também caiu por terra a lenga-lenga de que é preciso engolir o choro. Ao ignorar o sintoma, corre-se o risco de deixar passar batido doenças que seriam controladas mais facilmente se apanhadas no início. Embora a ciência engatinhe para desvendar suas origens e a maneira como seus impulsos são processados no cérebro, os tratamentos evoluíram muito. Confira as últimas descobertas antes de esquentar a bolsa de água quente.


NUANCES PESSOAIS
A ciência confirma: você não está com frescura se sofre para depilar a axila, enquanto suas amigas não se importam com isso. “Imagens obtidas por ressonância magnética mostram que, se alguém diz que algo dói, de fato dói”, afirma Michael S. Gold, professor de medicina da Universidade de Pittsburgh, nos EUA. Um dos responsáveis por essa diferença é o DNA. “Pesquisas em animais mostram que a carga hereditária influencia a percepção de 30 a 75%”, diz Jeffrey S. Mogil, especialista em genética da dor na Universidade McGill, no Canadá. Então, se sua mãe grita ao bater o dedão no pé da mesa, é provável que você reaja do mesmo modo. Fatores psicológicos também contam. Pesquisadores da Universidade Wake Forest, nos EUA, testaram o peso da expectativa: voluntários avisados de que sentiriam um leve desconforto relataram menos sofrimento em comparação aos alertados para se prepararem para o pior. A diferença foi de 28%, semelhante ao alívio produzido por analgésicos potentes.


ALARME QUEBRADO
Uma dor é chamada de crônica se persiste por mais de três meses, como se o alarme que deveria soar só em emergências quebra e não desliga. Submetido a estímulo prolongado, o sistema se desgasta. Nervos projetados para conduzir outros impulsos sensoriais são recrutados, de modo que o tormento continua mesmo na ausência do estímulo. Em casos de martírios ininterruptos, seu corpo envia sinais reais, que, além de aumentar as chances de depressão, agridem a mente. Uma pesquisa do Journal of Neuroscience constatou que o cérebro de pessoas com sofrimento crônico nas costas tinha até 11% menos massa cinzenta em comparação aos que estavam livres do tormento. A explicação provável: os neurônios requisitados são tão exigidos que morrem mais cedo.

TOMANDO PARTIDO
Quem já cuidou de namorado gripado jura que as mulheres são mais resistentes à dor. Mas, de acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor, é o contrário: o sexo feminino possui menor tolerância a esses estímulos. “Na mulher, o incômodo é mais intenso, recorrente, dura mais tempo e responde menos a analgésicos”, diz a anestesista Fabíola Peixoto Minson, coordenadora da equipe de tratamento de dor do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Dores na face, pescoço, ombros, joelho e costas atingem 1,5 mulher para cada homem; na enxaqueca, a proporção é 2,5 para 1, e na fibromialgia, de 4 para 1. Nós representamos 72% dos sofredores crônicos. Os hormônios contribuem para a diferença entre os sexos e nós somos mais sensíveis na segunda metade do ciclo menstrual. Por isso, evite marcar o dentista e a depilação nesse período. E, quando as dores persistirem, considere procurar um centro especializado. “Às vezes, não é possível zerar a dor”, diz Fabíola Minson. “Mas o incômodo pode ser aliviado.” Abrir o jogo com o médico não faz de você uma covarde. Trata-se de uma estratégia inteligente de saúde para o século 21.
revistawomenshealth

Viva um romance de novela

Aprenda quais são as cinco línguas do amor e garanta uma relação a dois harmônica, daquelas que pensava existir só na ficção
Sabe aquela sensação frustrante de amar o parceiro, mas não conseguir entendê-lo nem ser entendida por ele? Gary Chapman, autor de As Cinco Linguagens do Amor, explica: cada pessoa possui um "idioma", a chamada primeira linguagem do amor. Quando o casal não fala a mesma linguagem é que surgem as decepções, pois um não consegue contentar o outro. Como sair dessa? Aprendendo a se comunicar com o bonitão! É mais fácil do que você pensa...

As 5 linguagens do amor
1. Palavras de afirmação
Receber elogios e ser apreciada pelo parceiro, com certeza, faz diferença - ainda mais para quem tem essa primeira linguagem. Receber um elogio pela roupa que está vestindo ou um agradecimento por preparar o jantar é a melhor evidência do amor que o parceiro sente. Palavras que encorajam também são essenciais para este grupo.

2. Qualidade de tempo
As pessoas deste grupo valorizam estar ao lado do companheiro na maior parte do tempo, ter atividades juntos e dividir experiências. Para elas, é importante receber total atenção do amado enquanto estiverem juntos. “Investir o tempo em uma atividade em comum significa que nos importamos um com o outro”, diz Gary.

3. Receber presentes
Quando essa é a primeira linguagem, tudo que a pessoa receber será uma manifestação de amor do parceiro. Aqui, não há críticas nem exigências por presentes caros - se houver, a pessoa não tem essa como a primeira linguagem. Assim como o material, a presença do companheiro em momentos importantes também é considerada um presente e torna-se um símbolo do amor.

4. Formas de servir
Trata-se de serviço - arrumar a casa, lavar o carro, dar banho no filho... Quem tem essa linguagem principal valoriza muito as ações do parceiro e enxerga tais atitudes como a maior demonstração de amor que poderia receber. Apenas um cuidado é necessário nessa linguagem: saber a diferença entre pedir e criticar. Quem valoriza as tarefas bem realizadas não deve criticar o parceiro caso ele não as faça, mas, sim, aprender a pedir o que deseja

5. Toque físico
O que conta aqui é o contato com o parceiro para sentir que é amada. Para ela, ficar de mãos dadas, receber abraços no meio da rua e ter relações sexuais são manifestações de amor. Por essa ser a principal necessidade, alguém desse grupo sente mais o gesto de carinho quando comparado a quem tem outra linguagem do amor.

VIVA MAIS

Até quando comemorar o Dia das Crianças

É importante mosrtrar aos filhos que o dia das crianças não é só para ganhar presentes, e sim um dia especial para se divertir e brincar com a família

Se seu filho impõe o limite, nada melhor que um bom diálogo entre pais e filhos para decidir até quando a data pode ser festejada. Geralmente, os pequenos gostam de ganhar presentes neste dia até os 12 anos. Depois, eles ainda desejam ser presenteados, mas sem comemorar a data. Isso, porém, não é regra e depende muito da personalidade da criança.

O mais importante é ensinar aos filhos que o Dia das Crianças não está intimamente relacionado com presentes. E, sim, é um dia especial em que os pais se dispõem a brincar e a dedicar tempo e atenção aos baixinhos. O momento é uma excelente oportunidade para fortificar a união da família e reafirmar os valores e a amizade entre os membros. Esse contato ajuda a evitar problemas futuros e até mesmo comportamentos compulsivos na vida adulta. Portanto, data deve ser preparada com carinho e amor para que a criança não esqueça jamais.

E quando a criança pede um presente inapropriado para sua idade?

Como dizer não a um pedido inadequado do seu filho? O ideal é sempre falar a verdade. Se o presente não for recomendado para idade dele, explique isso claramente e diga que o brinquedo ficará para mais tarde. Caso o problema seja a falta de condições financeiras para comprá-lo, não faça dívidas apenas para agradar a criança. Essa é uma ótima oportunidade de ensiná-la a lidar com as frustrações e a criar uma relação de responsabilidade com o dinheiro. O importante é ser firme e direta em suas colocações. Assim:
. Ouça o desejo do seu filho e respeite os argumentos dele.
. Diga que o compreende. Em seguida, explique os motivos pelos quais discorda do pedido. E nada de dar o braço a torcer, ok?
. Ao terminar, sugira opções de presente para que ele escolha.

Para aprender brincando
Quem disse que diversão e conhecimento não podem caminhar juntos? De acordo com os especialistas em educação infantil, o melhor presente do mundo para dar a uma criança é aquele que concilia a brincadeira e o aprendizado. Existe parceria melhor que essa? Confira estas sugestões para presentear os pequenos no Dia das Crianças. Elas estimulam a fala, aperfeiçoam a coordenação motora e desenvolvem a socialização com os colegas

MÁXIMA

Dossiê do açaí: conheça todos os benefícios que a fruta traz para a saúde

Sucesso nas academias, o açaí também previne o câncer, doenças cardíacas e até o Alzheimer
O açaí, fruta que faz o maior sucesso nas academias brasileiras, agora conquistou o exterior. O motivo é que os pigmentos que dão à fruta aquela cor roxa intensa possuem ingredientes que, de tão nutritivos, fazem dele um dos alimentos mais saudáveis que existem.

"A alta quantidade de compostos que trazem benefícios ao corpo fazem do açaí um alimento poderoso”, afirma a nutricionista Ana Paula Mendonça. O açaí é rico em vitaminas, cálcio, ferro, fibras, fósforo, minerais e potássio. Confira o que mais essa fruta tropical pode fazer pela sua saúde e inclua já o açaí no seu dia a dia:

Câncer
O açaí é rico em um tipo de gordura essencial, o ácido oleico. Ele protege contra o câncer de três maneiras: bloqueia os genes que causam a doença; atrasa o desenvolvimento de tumores; e faz as células da doença se autodestruírem.

Proteção contra o Alzheimer
A fruta possui ingredientes que deixam o cérebro alerta por mais tempo. Também o protege de danos que podem evoluir para um quadro de Alzheimer.

Colesterol na medida certa
Por conter Ômega-6, Ômega-9 e outros ingredientes, o açaí diminui o colesterol ruim (LDL) e ajuda a regular o bom, prevenindo plaquetas e coágulos.

Fonte da juventude
Seus componentes agem contra o envelhecimento das células, deixando-as fortes e resistentes. Isso previne rugas precoces.

Intestino em dia
A alta concentração de fibras do açaí melhora as funções intestinais, fazendo o reloginho do corpo funcionar na hora certa.

Boa circulação do sangue
Manter os níveis de antioxidantes altos é o segredo para ter artérias saudáveis. E, para isso, o açaí é exemplar: é uma das frutas com maior capacidade antioxidante.


Alimento preferido dos atletas

Possui alto valor energético, que dá pique para atividades físicas. E também tem ferro, que atua no fortalecimento muscular e na prevenção de anemias.

ANA MARIA

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tristeza fora de hora

O nascimento de um filho é motivo de alegria quase incontestável. Mas algumas mulheres não conseguem aproveitar esse momento por causa da depressão pós-parto. O psiquiatra Amaury Cantilino conta que a situação não é incomum e tem solução

Uma sensação de inadequação ao seu novo mundo, vontade de chorar, angústia. E tudo isso não passa quando a mulher olha para aquele rostinho lindo no berço. Até piora. A depressão pós-parto atinge 12% das mães em todo o mundo. Muitas tentam esconder o sentimento, agravado pela vergonha de não se adaptar aos padrões de maternidade feliz mostrados na televisão, ou decantados por suas amigas. “Fingir que não está acontecendo nada é o pior que se pode fazer”, diz o psiquiatra Amaury Cantilino. Doutor em Neuropsiquiatria e coordenador do Programa de Saúde Mental da Mulher da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o médico estuda depressão pós-parto há dez anos e já tem vários trabalhos publicados sobre o assunto. Vem dele uma notícia alentadora: “Depressão pós-parto pode ser facilmente tratada”.

Quais as principais causas da depressão pós-parto?

A principal causa é biológica. Logo depois do parto há uma queda abrupta nos níveis de estrógeno, o hormônio feminino. No final da gravidez ele está centenas de vezes mais alto do que no caso de uma mulher não grávida. Nas primeiras 48 horas depois do parto, volta aos níveis pré-gravidez. É brutal. Sabemos que há uma relação íntima entre os níveis de estrógeno e de serotonina, o neurotransmissor envolvido no humor. Daí a depressão. Juntase ao desequilíbrio hormonal o fator social. A mulher fica totalmente envolvida com os cuidados com o bebê, o corpo ainda não voltou ao seu normal, muitas se preocupam com o mercado de trabalho, outras sentem que perderam o protagonismo que tinham durante a gestação. É muita mudança. Acho esse período um verdadeiro teste de sanidade. Se a mulher passar bem por ele, deve encarar bem qualquer situação.

Dormir pouco também pode agravar a depressão?

Com certeza, o sono fragmentado é um agravante. Uma experiência interessante foi realizada pela Universidade de McMaster, no Canadá. Eles criaram um programa por meio do qual a mulher dorme a noite toda, por pelo menos seis horas, durante cinco dias na primeira semana depois do parto, sem ter seu sono interrompido pelo choro ou para amamentar. Para conseguir isso, elas contam com a ajuda da família e tiram o leite durante o dia. O estudo ainda está em andamento, mas os dados preliminares mostram que essas mulheres têm uma chance muito menor de desenvolver a doença.

Quem é mais suscetível a apresentar o quadro?

As mulheres que viveram situações estressantes durante a gravidez, como a morte de um ente querido, têm mais chance de desenvolver o problema. Outro fator determinante é o apoio familiar. As que recebem menos apoio são bem mais suscetíveis. Mesmo que o excesso de palpites da mãe ou da tia possa incomodar, é importante tê-las por perto. Parece não haver uma relação da doença com classe social. Uma pesquisa realizada em Recife indica que a prevalência é a mesma entre as mães que tiveram filhos em hospitais públicos ou privados. Por fim, quem costuma ter tensão pré-menstrual (TPM) intensa, principalmente com sintomas afetivos como irritação e sensibilidade, também está mais propensa à depressão pós-parto, bem como mulheres que passaram por gravidez múltipla.

Quem teve depressão na primeira gravidez terá também na segunda?

A chance é bem maior. E quem não teve na primeira gravidez pode ter na segunda.

A maioria das mães que sofrem com a doença têm pensamentos obsessivos, como jogar o bebê pela janela. Ela não quer pensar assim. Isso, é claro, causa angústia

É possível perceber algum sintoma durante a gravidez?

Sim. Entre eles estão preocupações excessivas, medo intenso em relação ao parto, medo de assumir responsabilidade de mãe. Tensão muscular e dificuldade para se concentrar também são indícios.

Há alguma coisa que possa ser feita ainda durante a gravidez?

Algumas atitudes podem ajudar a acalmar a futura mãe e, assim, reduzir a chance de a doença aparecer. Vale já programar quem vai cuidar da criança, conversar com possíveis babás, fazer cursos. Enfim, coisas que possam reduzir a ansiedade. Os tratamentos medicamentosos parecem não funcionar. Mulheres que tiveram depressão depois da primeira gravidez foram aconselhadas a tomar antidepressivo durante a segunda gestação. Mas os benefícios não foram significativos.



[ Viva Saúde ]

O que a higiene pessoal faz por você

Pneumonia, otite, dor de garganta, asma, sinusite, sarampo, varicela, impetigo, eczema, sarna, micose, furúnculo, abscesso e conjuntivite. Você sabe o que essas doenças têm em comum? Todas elas podem ser evitadas por meio de uma boa higiene pessoal. Cultivar hábitos de limpeza do corpo é essencial para garantir a saúde de todo o organismo, contra os estímulos externos, com destaque para o ataque de micro-organismos. E é justamente a nossa incapacidade de percepção às investidas desses seres que dá à higiene um papel fundamental para o bem-estar do corpo.

“A higiene pessoal previne a ocorrência de doenças infecciosas. Por exemplo, alguém que lava as mãos antes de se alimentar diminui o risco de contrair vermes, protozoários, bactérias e vírus que causam diarreia, gripe ou resfriado”, fala Fernando Bellissimo Rodrigues, médico infectologista e professor do departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).

Ameaça invisível

Um estudo conduzido na África do Sul por pesquisadores da Universidade de Brigham Young, dos EUA, mostra que a educação e a prática de hábitos de higiene pessoal e das residências ajudaram a reduzir em até 39,1% a incidência de infecções na pele. Já o relatório Diarreia: Por que as crianças continuam morrendo e o que pode ser feito, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef ) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2009, mostra que a diarreia é a causa de morte de mais de 1,5 milhão de crianças por ano em todo o mundo. E, de acordo com o estudo, a falta de higiene está diretamente relacionada a 88% desses óbitos.

No Brasil, o estudo Suabe, que entrevistou 150 donas de casa em São Paulo, constatou que 65% das crianças apresentam coliformes fecais nas mãos após irem ao banheiro. Entre as bactérias encontradas estão Enterococcus e Escherichia Coli, causadoras de doenças gastrointestinais.

Quem lava as mãos antes de se alimentar diminui o risco de contrair micro-organismos que causam diarreia, gripe e resfriado

A hepatite A, comum nas escolas infantis, também é disseminada dessa forma. “Ela é transmitida por via oral-fecal, ou seja, um indivíduo contaminado elimina o vírus pelas fezes, que são posteriormente retransmitidas a outra pessoa pela boca. Uma criança que não faz uma higiene adequada após as evacuações é um potencial propagador do vírus”, destaca Tânia S. Souza Chaves, médica responsável pelo Centro de Imunizações e do Núcleo de Medicina do Viajante do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.

Aprender desde cedo

Os mecanismos de higiene pessoal devem ser aplicados em todo o corpo de forma global e incentivados desde os primeiros anos de vida. São atitudes simples e indispensáveis, como a de lavar as mãos antes e depois de fazer necessidades fisiológicas. Isso porque tanto a falta de lavagem das mãos quanto a má limpeza da região anal após a utilização do banheiro podem ajudar a transmissão do vírus da hepatite A, por exemplo.

Mas nada de se desesperar e exagerar na dose. O excesso de limpeza pessoal, como lavar as mãos compulsivamente, desinfetar e esterilizar objetos de uso pessoal, também pode prejudicar o desenvolvimento do sistema imune. “Há evidências de que crianças vivendo em ambientes ultralimpos, sem contato com terra, plantas ou animais, têm maior risco de desenvolver asma brônquica”, contrapõe Rodrigues.

Os especialistas consultados por VivaSaúde ensinam como ficar longe de doenças com o cultivo de bons hábitos de higiene pessoal. Vire e página e descubra como você pode ficar ainda mais limpo.

A forma certa de limpar

Rosto

• O que usar: água e sabonete. Não utilize sabonetes antissépticos diariamente para não remover componentes necessários à pele, como os lipídios. As loções adstringentes têm indicação em casos de peles que acumulam mais impurezas. Peles mais oleosas podem ser tratadas semanalmente com géis esfoliantes.

• Como higienizar: lave bem a região com água e sabão e remova toda a espuma com água.

• O que não fazer: esfregar com buchas ou esponjas de forma agressiva ou com frequência diária. Lavar com água muito quente ou utilizar agentes que possam irritá-la como sabões e loções antissépticas sem indicação.

• Frequência da limpeza: depende dos tipos de pele. Em geral, uma limpeza mais cuidadosa deve ser feita ao acordar e antes de dormir. Pessoas com acne precisam complementar a higiene do rosto com uma desobstrução dos cravos pela esteticista uma vez por mês, ou trimestral para peles excessivamente oleosas. Esse recurso também é indicado para a pele normal, mas o intervalo pode ser maior.

• Outros cuidados: filtros solares de uso diário.

• Você ficará livre de: impetigo, espinhas e cravos no rosto, blefarites e outras infecções bacterianas na região dos olhos.

Unhas

• O que usar: água, sabonete e lixa de unha.

• Como higienizar: o ideal é manter as unhas sempre curtas e lixá-las a cada três dias. Pessoas que cultivam unhas compridas devem lavar as mãos com maior frequência e sempre antes de preparar alimentos.

• O que não fazer: enfiar palitos e outros materiais que agridam as unhas e as descolem do leito. Caso exista a necessidade desse tipo de intervenção, consulte um especialista.

• Frequência da limpeza: diária.

• Você ficará livre de: verminoses e doenças intestinais, micoses das unhas e onicomicoses (infecção)



[ Viva Saúde ]

O mau hálito está no ar…

…mas, felizmente, é possível despoluir a fonte dos gases fedidos. Milhões de pessoas exalam, sem saber, um odor que incomoda as narinas alheias e não desconfiam de onde ele vem. A origem nem sempre está na boca. Que tal acabar com o problema?

Há dúvidas existenciais que aparecem em meio a uma conversa, deixando temporariamente sem resposta uma incerteza da alma. Uma delas, longe de buscar um sentido à vida, contempla um temor, o de desagradar o interlocutor — mais especificamente o nariz dele. Aí, o tema da conversa se extravia e a angústia sopra em direção à boca. Mau hálito: tenho ou não tenho... eis a questão. Essa pergunta atormenta, em algum momento, a maioria dos mortais. Afinal de contas, 99,99% dos seres humanos abrigam, de vez em quando, um fedor bucal — ou halitose, como preferem os especialistas.

Mas o odor que nos acompanha depois de uma noite de sono, menos intenso e passageiro, é uma reação natural do organismo, diferente do bafo que gruda no indivíduo do momento em que ele acorda até a hora de dormir. Esse, sim, indica que algo anda errado na boca ou em outro canto do corpo — na garganta, nos seios nasais, no intestino…

“Se, após tomar o café da manhã e escovar os dentes, o mau hálito persistir, há um possível problema”, alerta a dentista Caroline Calil, pesquisadora da Universidade de São Paulo. No caso, a poluição bucal é o sintoma, muitas vezes imperceptível ao olfato do emissor, de alguma desordem. “Cerca de 40% da população sofre de halitose crônica, que não desaparece após a higienização bucal”, estima a dentista Ana Christina Kolbe, presidente da seção baiana da Associação Brasileira de Halitose. Diga-se: existem mais de 60 origens para o mau cheiro, que foi alvo de uma nova revisão de estudos na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.

O levantamento confirma o que já se observava no consultório: mais de 90% dos episódios de halitose patológica, mau cheiro que estigmatiza seu portador, provém mesmo da boca. E, aí, a higiene inadequada não leva a culpa sozinha. A causa de bafo campeã é a saburra lingual. “Trata-se de uma massa esbranquiçada, formada por células mortas, restos de alimentos e bactérias, que se acumula no dorso da língua, principalmente na parte de trás dela”, descreve Caroline. “Essa camada protege os micro-organismos do oxigênio, que é nocivo a eles, permitindo que se alimentem e se reproduzam”, conta Ana Christina. Sorte dos micróbios, azar do dono da boca e das narinas da vizinhança, reféns do odor de ovo podre. “As bactérias passam a liberar ali compostos gasosos à base de enxofre”, explica Caroline.

A popular saburra, no entanto, é apenas o desfecho de um processo, que envolve deficiências vitamínicas ou alterações na quantidade e na qualidade da saliva. “É esse líquido que garante a autolimpeza da cavidade bucal”, justifica o dentista paulista Arany Tunes, membro da Associação Internacional de Pesquisa sobre o Mau Hálito. Quando ele se encontra em baixa ou viscoso demais, a probabilidade de bactérias e companhia se depositarem na traseira da língua é muito maior. E por que as fábricas de saliva desaceleram a produção? “Ingestão inadequada de líquidos, dieta desequilibrada, distúrbios hormonais, infecções e até medicamentos podem prejudicar as glândulas salivares”, elenca a dentista Denise Falcão, da Universidade de Brasília (UnB).


[ Saúde é Vital ]

Gelatina: boa para a pele e pode ter menos de dez calorias

A gelatina pode ser a melhor opção para a sobremesa durante os dias quentes. Ela é colorida, atraente, muito refrescante e pode ser consumida sem culpa, já que possui baixa quantidade de calorias. Além disso, por existir certa variedade sabores, agrada diferentes paladares e pode fazer parte de muitas receitas, como musses, sopas, sucos e sorvetes.

A nutróloga Tamara Mazaracki explica que a gelatina é a maior fonte alimentar de aminoácidos que ajudam a estimular a síntese de colágeno no corpo. A substância ajuda na nutrição dos tecidos, além de manter a elasticidade da pele, e a força e crescimento das unhas e cabelos. Mas, isso vale principalmente para o suplemento em forma de pó, a gelatina colorida que consumimos como sobremesa colabora, mas não é tão eficiente para a formação do colágeno.

Por outro lado ela é ideal para quem quer manter a silhueta, já que quando consumida transmite a sensação de saciedade rapidamente. Isso se deve ao fato de que em sua composição haver substâncias que se ligam a uma grande quantidade de água rapidamente, o que diminui os riscos de exagero à mesa. 'Ela ajuda nos programas de redução de peso porque pode substituir ingredientes mais calóricos no preparo de pratos diversos, tais como creme de leite, manteiga, amido e farinha", disse a nutróloga.

Confira seis motivos para incluí-la em seu cardápio de verão:

1) Fonte de proteína, a gelatina ajuda na tonificação dos músculos e da pele, sendo uma ótima opção para combater a flacidez.
2) É uma sobremesa light que cumpre muito bem o papel de docinho diário. Em uma porção de 150 gramas, a gelatina normal tem em média de 70 a 80 calorias e a versão diet tem menos de dez, dependendo do fabricante.
3) Uma das principais substâncias presentes em sua fórmula é o colágeno, que além de ser nutritivo para os ossos, deixando-os mais fortes e resistentes, fazem bem para as articulações, desempenhando assim um papel importante na prevenção e no tratamento de dores articulares, artrose e osteoporose.
4) É considerado um excelente regenerador cutâneo, já que fornece a matéria prima que o corpo precisa para produzir colágeno e, juntamente com outros nutrientes, como a vitamina C, colabora para uma boa cicatrização.
5) É um alimento essencial para quem pratica exercícios físicos por ajudar na formação de massa magra, que deixa o corpo mais firme.
6) Não há contraindicação, por ser composta principalmente de proteína de fácil digestão e assimilação, a adição de gelatina ajuda a complementar a ingestão de proteínas de outras fontes (carne, ovo, feijões), aumentando assim o valor biológico final da reserva de aminoácidos do organismo. Só não pode ser usada como única fonte de proteína, mas sim fazer parte de uma dieta equilibrada.


[ Terra Saúde ]